Ahhh... O Amor!


Acho que todos nós, ou a maioria de nós, crescemos pensando em encontrar alguém, alguém perfeito que nos proporcionasse momentos apaixonados, de alegrias e realizações, várias imagens passaram pelas nossas mentes de como seria esse ser tão esperado que faria nossa alma transbordar, o coração palpitar, fantasiamos desde o primeiro olhar até o último suspiro de vida, pelo menos era o que costumava fazer. Sempre pensei que iria encontrar o príncipe encantado lindo e maravilhoso e que ficaríamos juntos para sempre, seria o primeiro e único amor da minha vida. E nessa época eu era apenas uma criança, deveria ter meus 6 ou 7 anos de idade, contudo, estes pensamentos percorreram e se estenderam até a adolescência.
Lembro-me que na escola da minha irmã mais velha haviam realizado um Sarau com os poemas dos alunos e o tema era sobre o amor, lembro ainda que foi distribuído vários livros impressos com a coletânea de poesias e várias ilustrações fofinhas de casais apaixonados. E eu ficava lendo até encontrar aquela poesia perfeita, mas acho que sempre fui um pouco ou muito crítica e demorava para encontrá-la, mas era bem legal ficar folheando as páginas, principalmente porque minha irmã não gostava que eu mexesse nas coisas dela, acho que era uma motivação a mais. 
Enfim... estávamos falando sobre o amor. Acho que sempre criamos expectativas, e que aquilo que chamamos de amor durante toda nossa infância e adolescência, talvez seja, uma ligação puramente química e quando vamos amadurecendo aprendemos que amor, na verdade, são ações e cada um ama à sua própria maneira. Uma boa parte do que sabemos sobre o amor recebemos de nossa família, podemos perguntar à uma criança como ela sabe que a mãe a ama, ela responderá “Porque ela me dá presente” ou “Porque ela me leva para passear”, para a criança estas podem ser algumas das formas de ser demonstrado o amor. Podemos ver pessoas envolvidas em relacionamentos destrutivos por terem aprendido a amar e a absorver amor de uma forma não adequada, dependentes de atenção e sendo subservientes ao outro, há também aqueles que possuem dificuldades de dizer palavras que demonstrem afeto por talvez não serem acostumados a ouvi-las, enfim, nossa forma de amar é construída durante nossa vida e acredito que para amarmos alguém tão diferente da gente é preciso um olhar atento e ouvidos prontos para aprendermos a amar e a transmitir nosso amor. 
Não é à toa que relacionamentos fracassam, o amor nunca está acabado, assim como tudo em nossa vida, o amor demanda esforço e precisar ser construído diariamente, mas os anos passam, temos a tendência de nos adaptarmos e acostumarmos com tudo, e de repente o amor vira vítima de nosso comodismo e parece não haver mais tanta necessidade assim de falar “eu te amo”, ou de comemorar aquela data especial, de elogiar ou de fazer algo pelo outro. E assim, quando não se dão conta o amor já não é amor é apenas um status de relacionamento e somente voltará a ser amor quando redescobrirem o significado de cada ato e a grandeza de cada pequena ação, encontrar o amor no cheirinho do café de cada manhã, nas palavras de agradecimento por gestos simples como passar o açúcar, nas surpresas baratas como um bilhete na cômoda do quarto, ou sobre a camisa passada, haverá sempre uma forma de amar, e o maior amor é aquele que está no dia a dia cuidando do nosso bem estar e da nossa saúde emocional, zelando para que nada falte, inclusive, o amor.

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